A volição na Psicologia Histórico-Cultural!

Introdução:

O que te impulsiona? O que te mobiliza a tentar conseguir algo? Qual a sua motivação? NÃO, você não está em uma página com instruções motivacionais. Todas essas perguntas estão relacionadas ao conceito que iremos abordar a seguir: a VOLIÇÃO.

O que é volição?

A volição ou vontade é um aspecto do funcionamento humano superior responsável por potencializar a atividade de todo o psiquismo. A volição também pode ser vista como a a força motriz que faz com que as pessoas se engajem em sua atividade, desde tarefas simples até complexos projetos de vida.

Como a volição se desenvolve?

Toda atitude que tomamos e todo pensamento que nutrimos têm, em sua base, vontades e aspirações que são inicialmente sociais, advindas das nossas relações, dos nossos contextos, da nossa realidade objetiva, as quais são internalizadas por nós seres humanos. Nessa passagem do externo (interpsíquico) para o interno (intrapsíquico), os elementos sociais adquirem sentido e passam a ocupar um lugar de maior relevância no desenvolvimento do humano.

Para sustentar uma vontade ou para transformá-la, utilizamos os signos como mediadores internos, que acabam por influenciar todo o nosso sistema psíquico, regulando outras funções psicológicas superiores, como: emoções, atenção, memória, pensamento, abstração etc. Isso acontece quando nos planejamos para uma viagem, quando economizamos para comprar uma roupa nova, quando preparamos o café da manhã em uma segunda-feira chuvosa ou quando idealizamos nosso futuro. Em todos esses casos a volição aparece como fator fundamental para nossa atividade no mundo.

Qual é a importância desse conceito para a Clínica Histórico-Cultural?

Tomar consciência da volição que está na base da nossa atividade e da nossa conduta significa mediar autonomia na dinâmica psicológica de nossos pacientes, construindo com eles a possibilidade de pensarem, planejarem e agirem com mais liberdade.

Além disso, o trabalho com a volição nos permite avançar em mais ZDPs com nossos pacientes. Afinal, mediar autonomia, liberdade e desenvolvimento despotencializa o ensimesmamento em vontades e objetivos restritos.

Diante disso, a prática clínica pode contribuir para o surgimento de novas vontades, ampliando o escopo de interesses da pessoa e agregando novos sentidos e significados às suas vivências, o que produzirá, consequentemente, movimento e dinâmica em sua vida.

Conclusão:

A volição é um conceito central para a Psicologia Histórico-Cultural e para a  prática clínica na abordagem. Vigotski trouxe muitas contribuições acerca de como a volição está relacionada com o autocontrole, na medida em que desenvolve atividades que possibilitam um nível maior de consciência e uma maior regulação de seu comportamento sobre o mundo.

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